romantismo e crítica cultural: convergências

junho 1, 2011 às 10:18 | Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário
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Convivialismo para mudar o mundo

Para além do liberalismo, do socialismo ou do comunismo, devemos inventar um convivialismo, uma convivialidade, dito em outras palavras, a arte de viver juntos mesmo nos opondo, mas sem nos massacrarmos e levando em conta a finitude e a fragilidade do mundo.

A análise é do sociólogo francês Alain Caillé, fundador do movimento antiutilitarista Mauss. O artigo que segue foi escrito pelo autor para o encontro A piene mani, sobre o dom, que ocorreu em Nápoles, na Itália, e publicado no jornal Il Manifesto, 31-05-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Bem antes da catástrofe de Fukushima tínhamos a sensação, mais ou menos confusa, de que a Terra não poderia sobreviver por muito tempo à corrida generalizada rumo a um crescimento infinito (como afirmavam inúmeros analistas e militantes altermundialistas). Agora temos a certeza de que isso é verdade.

Mas o que não sabemos é como organizar o mundo sobre outras bases. As grandes ideologias políticas da modernidade das quais somos os herdeiros – liberalismo, socialismo ou comunismo – já não estão mais à altura dos problemas que temos à nossa frente, sem falar do neoliberalismo.

Estes repousavam sobre o postulado de que o conflito entre os seres humanos seria resolvido pelo enriquecimento ininterrupto de todos e de cada um. Mas se isso não pode – ou não deve – mais ser o caso, o problema central político e ideológico da humanidade se coloca à nossa frente com toda a violência e a crueldade possíveis: como impedir a guerra de todos contra todos, preservando a democracia, se não for abandonada a perspectiva de um crescimento infinito? A democracia ainda era pensada em uma escala nacional, de uma só cultura ou de um só país. É preciso, hoje, imaginá-la em escala internacional ou intercultural.

Para além do liberalismo, do socialismo ou do comunismo, devemos, portanto, inventar um convivialismo, uma convivialidade, dito em outras palavras, a arte de viver juntos mesmo nos opondo, mas sem nos massacrarmos e levando em conta a finitude e a fragilidade do mundo. No respeito da decência comum, da civilidade, do espírito do dom e do bem comum.

Sob esse padrão, podem-se reunir múltiplas correntes de pensamento (ecologismo, democracia radical, antiutilitarismo, pós-materialismo, decrescimento, novos indicadores de riqueza, sobriedade voluntária etc.), às quais, para realmente pesarem sobre o curso do mundo e evitar as catástrofes anunciadas, só falta a consciência do fato de que o que elas têm em comum é mais importante do que aquilo que as separa.

Nessa perspectiva, contrariamente às certezas hoje onipresentes, parece então que os principais problemas que temos à nossa frente não são acima de tudo econômicos ou técnicos, mas sociais e éticos. É preciso ajudar tanto a sociedade, quanto a natureza, hoje abaladas, a se levantarem dos golpes que sofreram. E isso não será possível sem uma enorme revolta moral, universalizável, contra o curso atual do mundo.

FONTE: IHU Online

camonices & barbaridades

novembro 26, 2010 às 10:34 | Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário
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camoes quadroEis acima uma reprodução da pintura descrita na abertura da “Introdução a Os Lusíadas” de António SARAIVA, na qual se retrata Luís de Camões na prisão. Dividido entre seu patriotismo fervoroso e sua racionalidade renascentista, este poeta produz uma obra na qual também se entrecruzam contradições diversas, sobretudo no que diz respeito a uma avaliação sobre os resultados da Expansão Marítima e à legitimidade moral do empreendimento. Também o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade discutiu o tema num de seus textos que dialoga diretamente com Os Lusíadas, para lê-lo e ouvi-lo, visite o MUJIMBO. Uma boa análise desse diálogo poético, evidenciando os aspectos negativos do expansionismo português, pode ser lido neste artigo de Francisco Conceição.

No nosso blogue-irmão recomenda-se também a postagem “Amores Bárbaros”, na qual é possível ouvir-se uma versão musicada da “Endecha à Bárbara Escrava” que foi discutida na aula anterior, obter-se mais informações sobre a obra camoniana e seus impasses e, de quebra, ter acesso aos textos de Francisco LIMA nos quais são discutidas definições para diferença e alteridade. Portanto, mujimbem-se!

camoes_moçambique

[estátua de Camões em Moçambique]

Francisco Mateus Conceição

a escola como poder disciplinar

novembro 6, 2010 às 8:03 | Publicado em Uncategorized | 1 Comentário
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Uma boa sugestão de objeto midiático para ser articulado a um belo poema de Álvaro de Campos:

                                 foucault5

A educação sob os parâmetros da biopolítica: o efeito Foucault. Entrevista especial com Sílvio Gallo

Para o professor Sílvio Gallo, a principal contribuição que a filosofia da diferença dá à educação é o fato de que ela compreende a “necessidade de tomar a diferença conceitualmente em si mesma e não como representação ou identidade”. Em entrevista concedida à IHU On-Line, por telefone, o filósofo sobre como as filosofias da diferença, principalmente aquelas pensadas por Deleuze, Foucault e Derrida, compreendem a educação. Sílvio fala também sobre a transição do entendimento da pedagogia como arte para tornar-se uma ciência. “Deixamos de tratar a pedagogia como um saber prático da condução do processo de aprendizado para tratar como certos regimes de verdades de conhecimentos sobre o que é uma criança, isto tendo em vista poder educá-la corretamente, garantindo os resultados que visam ser alançados”, afirma.
Sílvio Donizete de Oliveira Gallo é graduado em Filosofia pela PUC Campinas. Possui graus de mestrado e doutorado em Educação alcançados na Universidade Estadual de Campinas, em que, atualmente, é professor pesquisador e desenvolve o projeto Filosofias da diferença e educação: suas interfaces, suas implicações, suas interferências. É autor de Subjetividade, Ideologia e Educação (Campinas: Alínea, 2009), Deleuze & a Educação (Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2008), entre outros.
Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como as filosofias da diferença compreenderão a educação?
Sílvio Gallo – Ainda estou num patamar muito inicial dessa compreensão. Há várias dimensões que poderíamos trabalhar para entender essa questão. O que eu tenho focado é justamente pensar o conceito de diferença pela
perspectiva filosófica e o que isso implicaria em discussões mais contemporâneas de educação. O que venho levantando é uma crítica sobre como se faz essa discussão porque ela tem tomado a diferença como representação e não tomando a diferença como diferença em si mesma. Essa é a principal contribuição que a filosofia da diferença poderia nos dar, ou seja, a necessidade de tomar a diferença conceitualmente em si mesma e não como representação ou identidade. Nos discursos que temos visto sobre educação inclusiva, por exemplo, a diferença é tomada sempre como diferença em relação a uma identidade. Isso faz com que se apague a diferença efetiva. A pedagogia inclusiva não é uma pedagogia de afirmação da diferença, mas de apagamento da diferença.

IHU On-Line – O que o senhor pode falar a respeito do “efeito” de Foucault na educação?
Sílvio Gallo – Eu trabalho essa questão desde 2005 de forma mais articulada. O que propus, enquanto projeto, foi uma leitura do que estou chamando de filosofia da diferença na versão francesa que vai compreender, basicamente, filósofos como
Deleuze, Foucault e Derrida. Essa filosofia tem um ponto de partida que foi posto por Nietzsche no final do século XIX, ao propor que a filosofia pense a diferença. A partir disso, temos duas vertentes básicas: uma na filosofia alemã, trabalhada principalmente por Heidegger e outra francesa, trabalhada pelos três filósofos citados anteriormente. No meu projeto sigo a vertente francesa. Nessa direção, o que fiz até agora foi, primeiramente,  focar em como se dá a gênese da filosofia da diferença na filosofia de Nietzsche. Num segundo momento, me dediquei a Deleuze focando principalmente o conceito de diferença e, a partir daí, busquei elementos para compreender a educação. Quando passo a entender o conceito de filosofia da diferença a partir de Foucault, faço um estudo da obra dele centrando a discussão numa leitura dos cursos que este pensador deu.
A ideia dessa fase do projeto é fazer uma leitura regressiva, ou seja, parti do último curso dado por Foucault em 1984 e depois fui retrocedendo. Esse curso está muito voltado para a ideia da filosofia antiga e nos conceitos de cuidado de si e parresia. Nesse momento, estou trabalhando essa etapa da produção intelectual do Foucault para buscar os aportes disso na
educação. Desde as relações que ele mesmo faz nessas obras, percebemos que essa questão é muito intensa. Quando ele está tratando de textos gregos antigos, de como alguém cuida de si mesmo e se preocupa com dizer a verdade num processo de formação, Foucault está lidando muito diretamente com questões educacionais mais formais e até de uma formação no sentido mais geral. A ideia é tanto evidenciar esse trabalho que ele faz com relação à educação, como esses aportes que ele fez da filosofia antiga para pensar problemas contemporâneos da educação. Essa é a direção do que pretendemos desenvolver ainda nesta pesquisa.

IHU On-Line – Que jogos de “poder e saber” foram feitos pela Pedagogia para que esta pudesse se transformar em ciência?
Sílvio Gallo – Essa é uma questão complexa. Poderíamos ver, no processo de constituição da pedagogia na modernidade, um trabalho bastante curioso. Se olharmos panoramica e retrospectivamente esse período, veremos que a educação era considerada uma arte, uma ação do conhecimento de natureza prática. E o que vemos na modernidade, a partir do século XVII, é todo um procedimento de afirmação da ciência, e isso
Foucault analisa em diversos momentos, que vai organizando nossa forma de pensar, agir e produzir conhecimento. Tudo isso teve um impacto extremamente forte na produção científica. E, assim, assistimos, na pedagogia, uma conformação a essa lógica moderna que é da produção da verdade segundo os cânones da ciência. O que vemos, no âmbito da pedagogia, é o seu desejo de se constituir como tal, o aporte que a psicologia traz para isso – aliás, a psicologia serve como a grande base da pedagogia, porque a primeira ciência mostra saber o que é a criança e como ela pode ser educada.
Assim, deixamos de tratar a pedagogia como um saber prático da condução do processo de aprendizado para tratar como certos regimes de verdades de conhecimentos sobre o que é uma criança, isto tendo em vista poder educá-la corretamente, garantindo os resultados que visados. Por outro lado, teríamos também, e essa é uma reflexão importante que Foucault faz em Vigiar e Punir, uma discussão em torno dos jogos de poder que aí se estabelecem. É a invenção do exame que permite que a pedagogia se torne uma ciência. Agora, eu diria que, embora tenhamos todo esse processo no período moderno, e que deu certo, felizmente vemos que os estudantes e professores o tempo todo traçam linhas de fuga em relação a esse processo todo. É um processo que funciona, mas que dá possibilidades de se escapar o tempo todo também.

IHU On-Line – Como o senhor vê a transição do poder disciplinar para o biopoder?
Sílvio Gallo – Não sei se poderíamos falar em transição, porque esta dá a ideia de substituição de um por outro. E não é isso que Foucault coloca. Ele fala numa complementaridade entre essas duas técnicas de poder. Na medida em que a disciplina – entendida como um poder individualizante, que age sobre o corpo de cada indivíduo – se assenta e funciona, é que os Estados começam a operar dentro da lógica do
biopoder. Tendo os indivíduos absolutamente disciplinados, conseguimos trabalhar com um poder que se exerce já não só sobre o indivíduo, mas sobre a população. Há uma complementaridade entre os dois porque o próprio biopoder só pode ser exercitado na medida em que se tem um conjunto populacional disciplinado. Desta forma, o âmbito da educação é interessante ser observado na medida em que vemos a complementação de um com o outro na atuação do poder disciplinar enquanto uma lógica de controle e de organização da instituição e uma lógica de disciplinarização dos estudantes na instituição. Não deixa de ser curioso, portanto, que cada vez mais nós ouçamos falar da preocupação da chamada classe política sobre a educação. 

IHU On-Line – Há um projeto lançado pelo MEC que prevê que não haja reprovação nos três primeiros anos escolares. Podemos dizer que essa medida do MEC é uma espécie de mecanismo de disciplinamento? A reprovação pode ser encarada como uma maneira de biopoder?
Sílvio Gallo – Aqui em São Paulo temos um processo de progressão continuada instalada a mais de uma década que tem sido defendido por uns e criticado por outros. Se pensarmos com as ferramentas conceituais que Foucault nos coloca, eu diria que a
reprovação é um efeito de um processo avaliativo que é de natureza disciplinar. Você estabelece os espaços do aprendizado, metrifica aquilo que é ensinado, avalia o quanto foi aprendido segundo esses critérios e protocolos e a criança que não atingiu aquilo que se convenciona é reprovada. Assim, a reprovação funciona no contexto da disciplina, ele é reprovado para fazê-lo aprender melhor no contexto dessa noção de aprendizado como algo que pode ser controlado. Por outro lado, a ideia da não reprovação está ligada a um jogo biopolítico, porque, na medida em que se afirma que não vai mais reprovar nas três primeiras séries ou durante todo o primeiro ciclo do ensino fundamental, é feito um jogo de planejamento do sistema educacional como um todo. E esse jogo está justamente na direção daquilo que Foucault chamou de biopolítica. No caso do Estado brasileiro, isso está muito relacionado com alcançar os índices propostos pelos organismos internacionais. Durante muito tempo, o Brasil foi criticado por ter altos índices de reprovação e de evasão escolar, então uma forma de se reduzir esses índices é através da progressão continuada. Não que isto vá fazer funcionar melhor o sistema de ensino, mas melhora esses índices apresentados aos organismos internacionais em busca de financiamentos.

IHU On-Line – O discurso sobre a falta de qualificação do professor está presente de que forma dentro dessa ideia de biopolítica na educação?
Sílvio Gallo – Sim. Você faz o discurso da falta de qualificação pelo viés de uma certa concepção de educação. Se pensamos a pedagogia como técnica, como no início da Modernidade, não faria muito sentido falarmos em qualificação do
professor. Faz mais sentido pensar, portanto, em vocação do professor, em algo intrínseco a ele que o faz estar ou não preparado para esse ato de educar. Mas quando temos a colonização do campo da educação por esse viés cientifico é quando vamos buscar a garantia da boa atuação do professor na sua qualificação profissional. Então, ser qualificado profissionalmente, ter uma boa preparação é justamente o que garante a boa atuação. Num quadro de planejamento educacional, em termos de um estado ou de um país, que é o que chamaríamos de controle populacional que se exerce, nos termos da biopolítica, o discurso da qualificação ou não do professor entra como um dos elementos disso que podemos chamar de biopolítica da educação.

Para ler mais:

FONTE: IHU On-Line

pessoa páginas vento2

 

LIBERDADE

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa…

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca…

(clique e ouça Interpretado na voz de João Villaret)

é possível aceitar as diferenças do “outro”? por que sim/não?

abril 28, 2010 às 12:27 | Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário
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Você é tolerante? Educação é a resposta para se entender o outro

Eloy Vieira / Luiz Amaro
comunica@ufs.br

Uma pergunta: você é tolerante? Pense um pouco e responda. Não precisa pressa. Oferecemos o tempo que achar necessário para refletir sobre seus atos e encontrar uma resposta. Mas, para não desgastá-lo muito, damos uma colher de chá. Segundo o professor Saulo Henrique, do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe, ao pé da letra a palavra tolerância, que vem do latim ‘tolerare’, significa “sofrer, suportar, aceitar uma opinião que vai de encontro às suas crenças pessoais”, o que implicaria dizer que tudo seria aceitável. Mas a questão não é assim tão simples. Há um limite para se tolerar. “Não se deve tolerar aquele que não tolera. A tolerância deve ser um princípio difundido na sociedade, na política e na religião, mas tem que haver um limite”, diz o professor. Ainda segundo ele, crimes ou atitudes que contrariem o bem-estar da sociedade civil devem ser repreendidos, inclusive pelo Estado.

Hoje em dia, ainda de acordo com o professor, a questão da tolerância está bastante ligada ao liberalismo e à democracia, pois o Estado não tem mais o poder de intervir na vida privada como tinha séculos atrás. “A tolerância não existiria hoje se não fosse a liberdade proporcionada pelo liberalismo”, afirma, mas alerta que a democracia tem dois lados. “Ela permite uma tolerância, mas muitas vezes a democracia não tolera, pois a maioria acaba restringindo o indivíduo. Além disso, muitas vezes permite exclusões como no caso de pobres, negros, homossexuais etc.”.

‘Surgimento’ da tolerância
Depois de diversas guerras religiosas na Europa da Reforma Protestante do século XVI, a tolerância surge como uma necessidade pacificadora, como um meio de se conviver com o desmembramento que o Cristianismo assistia. Mas, só no século seguinte passa a ser objeto de estudo e alvo de vários tratados filosóficos confeccionados por estudiosos como o holandês Henri Basnage de Beauval, o inglês John Locke e o francês Pierre Bayle.
  A professora aposentada da UFS Vahideh Jalali, que saiu do Irã década atrás, diz que até hoje a intolerância religiosa em seu país ainda é muito forte contra a sua fé, a Fé Bahá’í, que surgiu em território iraniano há pouco mais de 160 anos. “Eu saí do Irã com cerca de 20 anos de idade, e lá há preconceitos religiosos contra minorias e também contra as mulheres. O ambiente [no Irã] é muito fechado”. Na UFS, a professora coordenou o curso de especialização em “Estudos para a Paz e Resolução de Conflitos”, que formou cerca de 70 estudantes em duas turmas realizadas em 2006 e 2007. Atualmente, concentra-se na publicação de seu livro: uma compilação de vários textos sobre a paz e resolução de conflitos.

Educação
A globalização e o multiculturalismo que assistimos hoje consistem em pontos importantes para se entender a tolerância. Sem este princípio, aliás, aqueles dois elementos perderiam o sentido. Ao se permitir intercâmbios culturais cada vez mais frequentes, as distinções entre o que é certo ou errado favorecem, muitas vezes, a compreensão mútua. Mas só isso não basta. O ponto a se debruçar consiste, fundamentalmente, num só: a educação. É o que acredita o professor Saulo. “O homem é intolerante por natureza. Ele não costuma ver o que é diferente com bons olhos”, diz. “É através da educação das novas gerações que esse processo pode ser revertido. Muitas pessoas já têm ideias arraigadas e por isso só as novas gerações têm potencial para mudar essa visão de mundo. A solução para a intolerância não pode ser feita a curto prazo”. O ensino de Filosofia torna-se, assim, num instrumento indispensável à sobrevivência harmônica do homem.

FONTE: Portal UFS

literaturas lusófonas & exaltação das diferenças

novembro 15, 2009 às 10:46 | Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário
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lapis lusofono

Livro "Desacordo Ortográfico" quer provocar e valorizar diferenças na língua

 

Rio de Janeiro, 12 nov 2009 – Uma provocação ao acordo ortográfico é como o escritor gaúcho Reginaldo Pujol Filho define a antologia "Desacordo Ortográfico", organizada por ele e que será lançada pela Não Editora, no dia 13, em Porto Alegre.

"A ideia do acordo ortográfico de unificação não vai a favor da literatura", afirmou à Agência Lusa o organizador do livro, que reúne autores como os brasileiros Altair Martins, Luis Fernando Veríssimo, Manoel de Barros e Marcelino Freire, os portugueses Gonçalo M. Tavares, Patrícia Reis, João Pedro Mésseder, Luís Filipe Cristóvão e Patrícia Portela, os angolanos Ondjaki, Luandino Vieira e Pepetela, os moçambicanos Nelson Saúte e Rogério Manjate e a são tomense Olinda Beja, entre outros.

É uma exaltação da diferença, explica Pujol Filho. O projeto do "desacordo" não pretende se opor ao acordo, mas sim provocar e valorizar as diferenças na língua portuguesa. "Essa ideologia que rege esse tipo de acordo vai contra os escritores, que querem romper, transgredir, que querem trazer uma nova forma, um novo jeito de escrever", afirma o gaúcho. Na verdade, o que se quer é fazer uma homenagem à língua-mãe.

Segundo o organizador da antologia, as discussões econômicas têm o pensamento de unificação "de que as melhores coisas são as iguais". Porém, defende, "a literatura fica num campo à parte, no campo do estranho, da tentativa". Pujol Filho destacou a plasticidade da língua portuguesa e como ela propicia a formação de neologismos, "como fazem o Luandino Vieira e o Ondjaki".

Sem brigas

"Não vamos brigar e não vamos mudar o acordo. Acreditamos que a diferença é mais legal do que ser igual", afirmou. Para ele, o sentido de "aceitar as diferenças" se insere em um projeto ambicioso de reunir pessoas talentosas que ainda não foram publicadas no Brasil.

"Tem gente chata que quer tirar o prazer de ler o ‘contacto’ com ‘c’ do Tavares, vamos ter que ler contato. O mais legal é ler os textos com a diferença", ressaltou o gaúcho, ao explicar que o critério para a escolha dos trabalhos para o livro era que os autores estivessem vivos. Mas também foram adotados critérios subjetivos, "autores que me cativam pela linguagem, que me surpreendem com sensibilidade e sutileza, com jeito próprio de trabalhar a linguagem", afirmou. O livro, que levou um ano e meio para ser organizado, reúne contos e poemas e será lançado primeiro em Porto Alegre, mas ainda poderá ser divulgado em outras capitais brasileiras.

"Outro lado"

O projeto do "desacordo", idealizado por Pujol Filho em 2007, tem ainda a meta de alcançar "o outro lado" e extrapolar os limites nacionais do Brasil com outros países lusófonos. “Desacordos-desencontros são vias necessárias para chegar aos acordos-encontros que todos procuramos", destacou Pepetela em comentário escrito sobre o "desacordo"

acordo ortografixo expresso[clique na imagem e visite o blogue PÁGINA UM]

FONTE: UOL

identidade & alteridade: inscrições abertas & algumas considerações teóricas & pedagógicas

outubro 16, 2009 às 17:02 | Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário
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alteridade

O que realmente distingue os seres humanos uns dos outros? As características físicas ou os estilos de vida, os valores culturais? De acordo com o que podemos chamar de perspectiva essencialista sobre as identidades, esses valores estariam impregnados no “sangue” ou na “alma” dos indivíduos que compõem cada povo, como resultado dos séculos de convívio endogâmico e de manutenção dos costumes tradicionais, costumes estabelecidos através dos mitos fundadores. Para a perspectiva historicista (também denominada antropológica, ou construcionista, ou pós-moderna), esses valores estão continuamente sendo negociados no interior das sociedades, processo que se dá em correlação direta com as tensões políticas e econômicas que afetam a estas, bem como com o desenvolvimento de novos conhecimentos e interpretações sobre a realidade humana.

No âmbito da Era Moderna –- vale dizer, dos acontecimentos sucedidos nos últimos 500 anos –- a intensificação dos contatos e das trocas entre as mais diversas comunidades torna cada vez mais complexo e problemático a produção de identidades estáveis, questão que também repercute fortemente na estabilidade das estruturas de poder, pondo em xeque diversos tipos de privilégios e barreiras. Em suas dimensões psicológicas e subjetivistas, os processos de identificação vivenciados por cada pessoa abrangem, presentemente, uma gama variada de composições de comportamentos, crenças e gostos, gerando indivíduos multifacetados, sujeitos a transições radicais de personalidade e a crises de orientação. No plano das artes, a complexidade alcançada pelo “jogo das identidades” (Stuart HALL. A identidade cultural na pós-modernidade) expressa-se nos diversificados impulsos de questionamento dos cânones, de renovação formal, de deslocamento temático, de vanguardismo e experimentalismo, de radicalização criativa e de abertura sincrética que vão redefinir as noções de beleza, e do próprio sentido do fazer artístico, ao longo do século XX. Conforme sintetiza Hall, “à medida em que os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis, com cada uma das quais poderíamos nos identificar — ao menos temporariamente”.

Em meio à “géleia geral” (ouça a canção de Gilberto Gil com este título no MUJIMBO) que configura as identidades pós-modernas, a qual significado efetivo palavras como diferença ou alteridade podem remeter? Para o professor Francisco Ferreira Lima, retomando conceitos elaborados pelo antropólogo argelino Francis Affergan, a alteridade consiste numa forma de relação intersubjetiva, ou intercultural, que leva os indivíduos a questionarem os fundamentos de suas certezas,de seus critérios de normalidade, estimulando assim a criatividade para a busca de novos projetos existenciais e de novas modalidades de vida coletiva. Contudo, a experiência transformadora da alteridade tende a ser reprimida, segundo Lima, pelo impulso de diferenciação, que tende a menosprezar e desumanizar os valores do Outro que destoem dos padrões fixados pela tradição. Para saber mais sobre esses conceitos, leia o artigo de Francisco Lima, “De Caminha a Mendes Pinto: Brasil, Extremo Oriente e outras maravilhas”, disponível em português na edição eletrônica da Revista de Filologia Románica da Universidade Complutense Madrid. (para ler outros textos de LIMA, consulte o MUJIMBO)

Para os objetivos de nossos cursos, o que o jogo das identidades põe em causa é a aquisição de competências teóricas e interpretativas que possibilitem aos graduandos caracterizar e analisar imagens identitárias representadas em textos artístico-literários, bem como avaliar, no campo das artes verbais, os efeitos estéticos das transformações culturais modernas. Na LitPort 1, merece destaque, entre outros fatores que compõem as visões-de-mundo renascentista e barroca, o estudo das transformações relacionadas à elaboração das ideologias que legitimaram o processo colonial e a hierarquização dos povos em “raças”, tomando-se principalmente o texto de Os lusíadas como objeto desse estudo.

Para a LitPort 3, cabe examinar a repercussão, na poética de Fernando Pessoa, da Revolução Industrial e da crise da racionalidade ocidental gerada pelo que Hall chama de “grandes descentramentos”. A primeira fonte desses descentramentos, segundo Hall, foi a reflexão marxista, que se opôs à idéia liberal-iluminista de autonomia humana fundada no individualismo egocêntrico ou num abstrato livre-arbítrio, voltada apenas para a realização pessoal. Pelo novo ponto de vista proposto por Karl Marx, podemos considerar que as identidades são sempre produtos coletivos e interacionais, fortemente dependentes das condições materiais, ou sócio-históricas, nas quais são engendradas. A alteridade, assim, reporta-se às forças que induzem à superação da sociedade capitalista, criticando-a ou formulando alternativas utópicas para esta.

O segundo descentramento deriva das conclusões de Sigmund Freud acerca da natureza polimórfica e dividida da psiquê humana. Em paralelo à assimilação das regras de convívio social e das imposições da luta pela sobrevivência, cada sujeito lida com uma pluralidade de desejos nos quais, para Freud e Jacques Lacan, se entrelaçam as lembranças da infância e os diversos tipos de “espelhamentos”, ou de projeções identificadoras, que formaram a personalidade. Reorganizados na lógica do “inconsciente”, esses desejos alimentam conflitos psicológicos e morais cada vez mais intricados nos sujeitos modernos, conflitos que se expressam através de comportamentos obsessivos, neuroses, fragmentações e multiplicações do “eu”. A alteridade fica assim instalada no cerne do próprio aparelho psíquico, resultando da coexistência entre as racionalizações conscientes e o fantasiamento inconsciente com que elaboramos nossas narrativas identitárias pessoais e coletivas.

Retomando as teses de Michel Lowy e Robert Sayre (cf. Revolta e melancolia – o romantismo na contramão da modernidade, Vozes, 1995), podemos considerar que o Romantismo, o Realismo e os vários Neo-Realismos expressam os principais efeitos estéticos do descentramento marxista. Para a literatura Modernista, por sua vez, as influências preponderantes derivam do descentramento freudiano e, também, daquele descentramento linguístico que foi promovido pelo trabalho de Ferdinand de Saussurre. Encaradas como sistemas de remissão, através dos quais são gerados, partilhados e recombinados os símbolos que articulam primariamente experiência sensível e pensamento, as línguas desempenham funções básicas na reprodução da realidade e na construção da auto-consciência. Pode-se assim conceber, sob uma ótica logocêntrica, que os processos de estruturação de sentidos que compõem nossas identidades organizam-se como uma espécie de gramática, proposição que coloca em evidência a dimensão discursiva, ou a dimensão narrativa, que é constitutiva dos sujeitos. Uma dimensão marcada pela ambiguidade, pela instabilidade, pelo deslizamento e entrecruzamento dos referentes, como atestam as pesquisas da filosofia pós-estruturalista, renovadoras do pensamento saussureano, pesquisas que fornecem subsídios fundamentais para a formulação teórica do caráter transitivo e “multimodulado” (HALL, op. cit.) do sujeito pós-moderno.

Na poesia de Fernando Pessoa, isto é, nos diversos jogos fonéticos, sintáticos e semânticos com que este escritor procurou traduzir sua subjetividade fragmentada, encontram-se formulados artisticamente os muitos impasses gerados pela exaustão da razão discursiva, pela incapacidade da reflexão científica para superar o materialismo mecanicista e oferecer respostas aos muitos enigmas e mistérios que perpassam o desenrolar efetivo das vidas humanas. A alteridade, nessa poesia, representa-se através de imagens paradoxais, das quais se desdobram ecos, reflexos, sombras, duplicidades, diálogos fantasmáticos, cisões introspectivas, tal como pode ser observado no poema “Brilha uma voz na noute” (ou “A voz de Deus”), ou “Sopra demais o vento” (versos que foram musicados pelo neo-fadista Camané e pelo brasileiro Jardel Caetano), ou no famoso “Autopsicografia”, que aborda a consciência da alteridade interna ao sujeito moderno como dramaturgia íntima, como “fingimento”. Se a alteridade, como sugere Francisco Lima, traduz uma experiência da vertigem identitária, é então sobre ela que escreve Pessoa quando desenvolve as metáforas do abismo, remetendo à percepção da falta de significado estável para a existência; da máscara, que põe em evidência as contradições que se acumulam à medida em que envelhecemos. Mas é sobretudo pelo jogo das heteronímias, é através dessa polifonia  cultivada como estilo, que se expressa a perspectiva mais radical de Pessoa quanto à experiência da alteridade moderna, concebida como um trabalho constante de reescrita, ou de ficcionalização, de si mesmo, isto é, de articulação entre diversas e distintas narrativas pessoais.

 

gepiadde logo

Outro importante momento para aprofundarmos nossa reflexão sobre a alteridade será proporcionado pelo III FÓRUM IDENTIDADES E ALTERIDADES, promoção do GEPIADDE (Grupo de Estudos e Pesquisas Identidades e Alteridades: Diferenças e Desigualdades na Educação) a ocorrer entre 11 a 13 de novembro de 2009 no Campus Itabaiana da UFS, versando sobre o tema: “EDUCAÇÃO, DIVERSIDADE E QUESTÕES DE GÊNERO”. O evento contará com uma grande oferta de mini-cursos relacionados à temática da identidade e está aceitando inscrições para apresentação de comunicações até o dia 31/10. Necessita-se também de voluntários para trabalhar como monitores, os interessados devem entrar em contato comigo assim que possível. No período do Fórum, as aulas nas LitPort 1 e 3 serão suspensas para acompanharmos as atividades. Informem-se e participem!

a identidade como construção

outubro 2, 2009 às 10:51 | Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário
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Nas redações, foram muitos @s estudantes da LitPort 1 que expressaram seu desejo de adotar métodos pedagógicos de matriz construtivista, quando começarem a trabalhar como professor@s. Sob essa perspectiva, é interessante ler abaixo um trecho de artigo assinado pelo professor de história Mozart Linhares da Silva, da Universidade de Santa Cruz do Sul, no qual se desenvolve brevemente uma perspectiva processual, contextual e transitiva acerca das identificações pessoais e coletivas. As citações de Stuart Hall feitas pelo prof. Mozart referem-se à obra que estamos discutindo em classe. Caso deseje ler o artigo na íntegra, clique AQUI.

construtivismo

Essencialismo e Construtivismo Identitário

De modo geral as abordagens acerca das identidades, sobretudo acerca das identidades culturais, podem ser consideradas a partir de duas perspectivas: uma essencialista e a outra a construtivista. Para os essencialistas, pautados na tradição clássica, as identidades são consideradas fatos, entidades e dados dotados de objetividade na sociedade. Segundo Semprini, “Sua existência, sua homogeneidade interna, sua especificidade cultural seriam um fato, aceito como tal e pouco suscetível de evolução. Assim, os negros, os índios ou as demais minorias, são considerados como as peças imóveis do mosaico social” (Semprini, 1999, p. 90-91). Não é difícil perceber que esta concepção de identidade enquanto uma essência permite a justificativas de situações sociais e legitima o status quo, criando ainda, as condições para a resistência às mudanças sociais. Os essencialistas utilizam vários mecanismos para justificar a objetividade identitária, entre os quais vale mencionar a etnia e a herança história, ou mesmo genealógica. Entendem que a cultura é algo que pode ser carregado na bagagem como um conjunto de valores e tradições monolíticas reproduzíveis em qualquer espaço-tempo. Vale lembrar ainda que os defensores do essencialismo hoje procuram legitimar sua posição utilizando-se da chamada autoridade científica pautada no controverso “essencialismo genético”, segundo o qual “cada grupo humano está condicionado definitivamente quanto à inteligência e em seu potencial de mobilidade social conforme seu patrimônio genético” (Semprini, 1999, p. 91). (Para uma crítica às teorias raciais e a própria categoria raça ver, entre outros: Gold, 1999, Darmon e Cavalli-Sforza, 2003).

Ao contrário dos essencialistas, os construtivistas pensam as identidades do ponto de vista histórico considerando as escolhas políticas, econômicas e ainda as relações de poder. Isso porque “toda identidade é fundada sobre uma exclusão (o que não se é ou o que não se deve ser) e, nesse sentido, é um efeito do poder” (Hall, 2003, p. 85). A dinâmica que embala as relações sociais é considerada um fator primordial para entendermos que as identidades não são fixas, objetivas e perenes. Elas são, isso sim, dinâmicas e em permanente construção. Identidades são, numa palavra, híbridas. Não é possível a pureza quando se está em movimento, se está vivo. Segundo Stuart Hall (2003, p. 83), “As comunidades migrantes trazem as marcas da diáspora, da ‘hibridização’ e da différance em sua própria constituição. Sua integração vertical a suas tradições de origem coexiste como vínculos laterais estabelecidos com outras ‘comunidades’ de interesse, prática e aspirações, reais ou simbólicas”. É preciso concordar com Enoch Powell (Apud. Hall, 2003, p. 78) para quem, “a vida das nações, não menos que a dos homens [sic], é vivida em grande parte na mente”. Sendo a nação, na realidade, uma forma imagética que tende a homogeneizar os traços constitutivos da identidade, é evidente, a primeira vista, que a nação se funda na igualdade. Como alerta Hall (2003, p. 78), “Ao contrário do que se supõe, os discursos da nação não refletem um estado unificado já alcançado. Seu intuito é forjar ou construir uma forma unificada de identificação a partir das muitas diferenças de classe, gênero, região, religião ou localidade, que na verdade atravessam a nação”. Na realidade, o discurso identitário nacional se constitui como sistema assimilacionista e nas palavra de Bauman, “o propósito das pressões pela assimilação era despojar os ‘outros’ de sua ‘alteridade’: torná-los indistinguíveis do resto do corpo da nação, digeri-los completamente e dissolver sua idiossincrasia no composto uniforme da identidade nacional” (2003, p. 85).

Enfim, a postura construtivista percebe a identidade como uma construção que implica numa diversidade de fatores que merecem atenção sobretudo pela sua complexidade. Imaginar que as identidades são concretas e fixas é desconsiderar a complexidades das relações em que as narrativas identitárias são construídas.

Segundo o construtivismo então, as identidades não são essências, não são entidades ou dados objetivos mas sim construções plásticas, móveis, fluidas e dinâmicas. É na dinâmica da hybris que podemos apreender o fenômeno identitário e não na pureza ou na herança. É na produção de espaços intervalares que podemos vislumbrar a criatividade identitária, espaços de contato em que as culturas friccionam e iniciam novas experiências. (continue a ler)

“Diversidade – Identidade”, por Roberta Franco

setembro 3, 2009 às 1:30 | Publicado em Uncategorized | Deixe um comentário
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